Operação em comunidade terapêutica RMBH resulta na prisão do responsável pelo local

“Reabilitação” foi o nome dado à operação deflagrada pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) com o Ministério Público de Igarapé em comunidade terapêutica para tratamento de dependentes químicos em São Joaquim de Bicas. Durante a ação, nesta quinta-feira (18/2), foram cumpridos mandados de busca e apreensão e de prisão do responsável pelo local, de 46 anos.

Divulgação/PCMG

Ainda na operação, os internos foram ouvidos e alguns deles confirmaram as ameaças e agressões sofridas. Eles também disseram que o suspeito possui os internos favoritos, com alimentação adequada e sem trabalhos forçados, e coadunam com as práticas ilícitas.

Alguns deles foram entregues às famílias, pois não queriam permanecer no local, e outros entregues à Secretaria de Saúde do município.

Um dos internos agradeceu à Polícia Civil por ter sido retirado do local. Disse que tinha que trabalhar forçadamente carregando lavagem para, depois, comê-la.

Devido a complexidade dos fatos, as investigações estão em andamento e o suspeito se encontra à disposição da Justiça.

Entenda o caso

Em 2018, o investigado, presidente da clínica, foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo, que estava com numeração raspada, e disparo de arma de fogo. Os disparos ocorreram no local.

A PCMG apurou que o investigado possuía os internos preferidos que, para eles, era servida alimentação e possuíam dormitório adequado. Contudo, para os outros internos não havia comida, alojamento adequado, além de sofrerem ameaças, agressões e serem obrigados a trabalhar forçadamente. Diante dos fatos, o investigado foi proibido judicialmente de exercer as suas funções na comunidade terapêutica.

Já em 2020, denúncia anônima apontou que o suspeito permanecia no local praticando crimes, como ameaças, agressões psicológicas e físicas contra os internos.