por Nivaldo Ferreira dos Santos*
Nas últimas semanas um dos destaques, infelizmente, foi a poluição do nosso ar, tanto pela poeira quanto pela fumaça.
Entre as várias fontes de poeira se destaca o pó de minério que vem dos depósitos de “rejeitos da mineração” (barragens, pilhas, aterros e outras formas de acúmulo de materiais sólidos) e também das áreas com solo exposto (as nossas “serras peladas”…) – e a poluição pela poeira da mineração ganhou ainda mais destaque na última reunião do Codema (Conselho Municial de Meio Ambiente), realizada na sexta-feira 14 de julho de 2023, devido à “chuva de poeira” que cobriu a cidade na tarde do dia anterior ao mesmo tempo em que a mineradora Vale S/A tenta convencer a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e o próprio Codema a “flexibilizar” as normas municipais relativas aos limites legais para a poluição atmosférica. É importante lembrar que os interesses envolvidos nessa discussão extrapolam os limites do Codema e dos órgãos ambientais e interferem na vida de cada um de nós, em especial no que se refere à saúde da nossa população, e este assunto precisa ser lembrado, debatido e “combatido” também no Conselho Municipal de Saúde, nas entidades civis, na Câmara Municipal, nos meios empresariais, no Ministério Público, nos órgãos do Poder Judiciário e demais instâncias de decisão sobre os interesses coletivos e sobre os chamados “direitos difusos” – afinal, quem alguém seria a favor de “liberar” a poluição do ar que respiramos?!?
E para completar, o tempo seco favorece as queimadas e os incêndios (intencionais ou não) que emporcalham ainda mais o nosso ar com a fumaça e a fuligem – e isso envolve ainda a destruição de áreas de preservação e o desrespeito diário de vizinhos inconvenientes que incomodam os moradores das mais diversas regiões da nossa cidade, seja com a queima de lixos dos mais variados tipos nos quintais ou com a colocação de fogo nas nossas matas nativas ou na vegetação que seca na beira das ruas e estradas que cortam nossas áreas urbanas e rurais.
E na esteira de tanta destruição e tanto desrespeito, alguém costuma lembrar que os projetos e campanhas pela preservação da natureza e pela conscientização ambiental ficaram “esquecidos” ou foram abandonados – ainda outro dia um amigo me perguntou: “Que fim levou o projeto ‘SOS Natureza’, que foi realizado pela APAE de Itabira durante quase 20 anos?” – Infelizmente, a resposta é simples e triste: Foi encerrado/interrompido/descontinuado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente em 2017 depois de ser mantido por 18 anos… E nunca mais voltou, nem foi substituído por outra(s) iniciativas – poderíamos ter projetos sendo desenvolvidos nas nossas escolas e até mesmo nas comunidades, em parceria com os órgãos municipais, estaduais e federais, inclusive com as escolas de nível superior, dentre as quais a Universidade Federal de Itajubá, que oferece aqui mesmo em Itabira o curso de Engenharia Ambiental e vários outros que se relacionam à nossa saúde e ao chamado “desenvolvimento sustentável”.
Fica, então, a questão: O que será feito, efetivamente, para mudar esse triste quadro de destruição, desrespeito e falta de cuidado com nosso meio ambiente e com a saúde da nossa população?
Com a palavra: Codema, Prefeitura Municipal/Secretaria Municipal de Meio Ambiente, os demais órgãos ambientais, a Câmara Municipal, lideranças políticas, lideranças comunitárias e empresariais, Ministério Público, Poder Judiciário e a população em geral… Até breve!
DIA MUNICIPAL DO LÍDER COMUNITÁRIO DE ITABIRA
Desde 1995 a Interassociação dos Amigos dos Bairros de Itabira realiza um evento anual para homenagear os líderes comunitários que se destacam na atuação voluntária em prol da sociedade – o objetivo do evento é registrar e valorizar os trabalhos realizados por essas pessoas e divulgar os trabalhos das entidades comunitárias, além de incentivar outras pessoas a participar e colaborar para o desenvolvimento de toda a sociedade e para a melhoria da qualidade de vida de todos nós.
Essa iniciativa recebeu o nome de “Dia Municipal do Líder Comunitário de Itabira” e foi transformada em data comemorativa oficial através da Lei Municipal 3280, de 10 de abril de 1996, sendo escolhida como data para tal homenagem o dia 5 de agosto, aniversário da fundação da Interassociação, que ocorreu em 5 de agosto de 1973.
Ressaltando que neste ano a Interassociação completa 50 (cinquenta) anos de atividades voltadas para a promoção da união e da integração entre as associações de moradores dos bairros e das comunidades rurais de Itabira, que atualmente envolvem dezenas de associações e também outras entidades da sociedade civil que buscam objetivos semelhantes.
Por tudo isso, desde já deixamos aqui nossa homenagem à Interassociação, aos líderes comunitários e a todas as pessoas que dedicam parte do seu tempo para ajudar a organizar e realizar ações em prol da comunidade, por meio de movimentos sociais, entidades, projetos e atividades dos mais diversos segmentos organizados da sociedade.
Parabéns! E que os trabalhos voluntários em prol da comunidade sejam ampliados e aperfeiçoados, sempre.
* Nivaldo Ferreira dos Santos é Mestre em Administração Pública, Professor, Líder Comunitário e Servidor Público