Projeto de igualar salários de governador, vice e secretários com os de deputados retornará à pauta. Chefe do Executivo ganha R$ 10,5 mil e pode receber mais de R$ 29 mil mensais
A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) vai retomar a discussão sobre a concessão de reajuste salarial para o governador, o vice-governador e os secretários do governo de Minas Gerais. Os salários não são reajustados desde 2007, no início do segundo mandato do ex-governador Aécio Neves (PSDB).



O percentual de reajuste ainda não foi definido, mas o ponto de partida da discussão deve ser a proposta, já apresentada em dezembro do ano passado pelo então líder de governo, Roberto Andrade (Patriota), de igualar os salários-base do governador (R$ 10,5 mil), do vice-governador (R$ 10,2 mil) e dos secretários (R$ 10 mil) aos dos deputados estaduais, que recebem R$ 29,4 mil mensais. O impacto anual, com o salário de atual de R$ 29,4 mil seria de R$ 3,48 milhões.
O reajuste salarial do primeiro escalão do governo Zema já havia sido debatido no final de dezembro, mas não chegou a ser votado por resistência da Mesa Diretora presidida pelo então deputado Agostinho Patrus (PSD).
Naquela ocasião, o clima entre as lideranças da Casa e o Palácio Tiradentes era tenso, pois a Assembleia votou o reajuste dos salários dos deputados estaduais sem que isso estivesse previsto no acordo firmado com o governo.
Segundo OTempo, o assunto já começou a ser discutido novamente entre lideranças parlamentares e alguns integrantes da nova Mesa Diretora, presidida por Tadeu Martins Leite (MDB). A ALMG não havia respondido à reportagem até o fechamento desta edição.
Apesar de não ter sido apoiado inicialmente pelo governo Zema para ocupar a presidência do Legislativo estadual, a expectativa é que Tadeuzinho coloque em votação os projetos defendidos pelo governo.
Ao apresentar a proposta de equiparação dos salários de governador, vice e secretários aos dos deputados estaduais, Andrade justificou que os vencimentos não sofrem reajuste há 16 anos.
“Nesse período, a inflação acumulada, medida pelo IGP-DI, alcançou o patamar de 232,28%. A readequação proposta não abrange nem mesmo o montante que seria necessário para a reposição das perdas decorrentes da inflação no período e não traz nenhum ganho real aos subsídios: representa essa readequação um percentual de cerca de 77% daquele que seria o equivalente à perda inflacionária”, escreveu, à época, Andrade.
Ainda não está claro se essa será a proposta de fato encampada pela atual Mesa Diretora.