Durante a pandemia o auxílio ajudou a reduzir os índices de pobreza e desigualdade
Pressionado a retomar o pagamento do Auxílio Emergencial, o presidente da República, Jair Bolsonaro, sinalizou nesta quinta-feira a apoiadores que o governo federal não poderá continuar com o benefício. Após o fim do socorro social, parlamentares pressionam a União a lançar uma nova rodada em 2021 ou turbinar o Bolsa Família, previsto em R$ 34,9 bilhões.
Na quarta-feira (6), o candidato à presidência da Câmara Baleia Rossi (MDB-SP) defendeu a volta do Auxílio Emergencial e ou um Bolsa Família maior. Baleia enfrenta o deputado Arthur Lira (PP-AL), apoiado pelo Palácio do Planalto, na disputa. Nesta quinta, o candidato avulso à presidência da Câmara Fábio Ramalho (MDB-MG) também defendeu, em entrevista ao Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a retomada do pagamento do auxílio. O Congresso Nacional ainda não votou o Orçamento de 2021.
Em conversa com simpatizantes, um dos apoiadores disse a Bolsonaro que o chefe do Planalto recebeu muito apoio no interior do Amazonas após o pagamento do auxílio. O presidente, no entanto, evitou se comprometer com um benefício em 2021 e ironizou a situação afirmando que, se pagar R$ 5 mil por mês para a população, ninguém mais vai trabalhar.
“Qual país do mundo fez Auxílio Emergencial? Parecido foi nos Estados Unidos. Aqui, alguns querem torná-lo definitivo. Foram quase 68 milhões de pessoas. No começo, foram R$ 600. Vamos pagar para todo mundo R$ 5 mil por mês, ninguém trabalha mais, fica em casa.”
Durante a pandemia de covid-19, o pagamento do Auxílio Emergencial reduziu momentaneamente os índices de pobreza e desigualdade. A situação, porém, pode levar o país de volta ao patamar da década de 1980 nesses índices, conforme o Broadcast Político mostrou.
O Auxílio Emergencial foi pago para que trabalhadores informais e desempregados pudessem adotar o isolamento social e evitar a doença, medida criticada por Bolsonaro.
Restrições
Na quarta, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), anunciou o fechamento de atividades na capital e a manutenção apenas de serviços essenciais a partir da semana que vem. Bolsonaro não citou diretamente nenhum prefeito ou governador, mas criticou a possibilidade de novas decisões como essa.
“Se começar a fechar tudo de novo, vai quebrar o Brasil. O Brasil vai se empobrecer. Um país pobre, de famintos, a gente não sabe o que vai acontecer”, afirmou o presidente.
Mais uma vez, ele declarou que o País está “quebrado” por conta da crise no setor público, inclusive nos municípios.
Por Estadão Conteúdo