O Colégio Militar de Belo Horizonte (CMBH) retomou as aulas presenciais nesta segunda-feira (25). E a volta das atividades, indo contra a determinação da prefeitura da capital, que não autorizou a abertura de nenhuma escola, deixou pais e educadores apreensivos. Isso porque na última vez que a instituição teve as salas de aula ocupadas, entre outubro e novembro do ano passado, pelo menos 20 professores e auxiliares administrativos teriam sido contaminados pelo novo coronavírus, de acordo com denúncias recebidas por O TEMPO.
Segundo funcionários e pais de alunos, a instituição informou que as atividades teriam como objetivo o nivelamento dos alunos para o próximo ano letivo, que começa no dia 08 de março. A Prefeitura de Belo Horizonte, porém, destacou que o colégio está funcionando com aulas presenciais por força de decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, mas que o município já recorreu ao plenário do STF e aguarda o julgamento.
“O colégio se baseia na meritocracia. Ao dizer que as aulas presenciais funcionarão como uma revisão e nivelamento para a classificação pelo batalhão escolar, eles estão coagindo alunos e pais, eles trabalham promovendo essa competição e quem não for ficará em desvantagem. No momento em que a cidade está fechada e no auge de contaminação, essa volta é uma exposição maior à doença e não só aos alunos e funcionários, mas às famílias que têm pessoas do grupo de risco e à cidade como um todo”, ressaltou uma professora do colégio em condição de anonimato.
Em comunicado enviado aos pais e aos funcionários, o colégio reforçou a importância do comparecimento dos alunos. “Foram constatados, durante as aulas presenciais nos meses de outubro e novembro de 2020, perdas cognitivas significativas em boa parte dos alunos, o que denota a necessidade de conscientização dos responsáveis para a urgente participação dos alunos nas aulas presenciais”, dizia o texto.
A mãe de uma aluna que não quis se identificar informou que a direção do colégio está pedindo paciência aos pais pelo menos nesta primeira semana de retorno. “O comandante pediu calma, mas eu acredito que a volta às aulas continua sendo perigosa, estamos vendo os índices de aumento de contaminações e óbitos. A circulação dos alunos não ocorre somente no colégio, muito pegam ônibus e escolares. É certo que a escola está sob regimes federais, mas, infelizmente, temos que nos preocupar com os dados locais, e aqui em Minas Gerais a média ainda está muito alta”, contou a mãe que informou que o colégio prepara simulados para esta semana.
Escalonamento
Alunos do terceiro ano vão ter aulas presenciais três vezes por semana. Os do sexto ano, duas. Estudantes de outras séries devem comparecer presencialmente uma vez por semana. Os dias em que não acontecerem aulas presenciais, todos devem acompanhar as atividades online.
De acordo com o Colégio Militar de Belo Horizonte, várias medidas estão sendo adotadas para a prevenção à Covid-19, como a triagem na entrada e saída com aferição da temperatura, oferta de álcool em gel, adoção de distanciamento mínimo de 1,5m entre os alunos nas salas de aula, além do uso obrigatório de máscara, dentre outras medidas.
No comunicado enviado aos pais, a direção do colégio afirma que estão autorizados o uso de máscaras faciais nas cores branca, preta e cáqui. O colégio recomendou ainda que o aluno leve uma máscara reserva.
Entenda.
As aulas presenciais no Colégio Militar de Belo Horizonte acontecerão por um mês, entre outubro e novembro do ano passado, depois de muita disputa judicial.
A retomada das aulas nos colégios militares de todo o país foi anunciada pelo Exército Brasileiro no dia 17 de setembro.
As informações são do OTempo