Key Alves pode ser retirada do BBB 23 para depor sobre morte de Leandro Lo

A participante do Big Brother Brasil 2023, Key Alves pode ser intimada para depor como testemunha após dizer que presenciou o momento em que o campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo foi baleado durante um show em agosto do ano passado.

A jogadora de vôlei estava conversando sobre o ocorrido com outro participante do reality show, Cara de Sapato, quando disse: “Foi na minha frente. Eu vi tudo.”

Claudio Dalledone Júnior, advogado do policial militar preso por ter disparado contra Lo, Henrique Otávio de Oliveira Velozo, protocolou na Justiça um pedido para que Key seja ouvida no caso.

“Considerando as graves e inéditas afirmações trazidas pela participante Key Alves, requer seja a mesma intimada – com urgência – para ser ouvida na condição de testemunha nos presentes autos”, diz o documento.

O advogado do réu esclareceu que “esses factoides têm que ser combatidos e isso está cargo da Defesa”.

A autoria do crime por Henrique Velozo já foi confessada, e o inquérito está em um momento no qual o juiz analisa os agravantes que elevam a pena. O advogado ressaltou a preocupação de que a declaração de Key Alves possa influenciar no caso.

“Ela vai ter que prestar contas daquilo que falou. Não é brincadeira, as pessoas não podem sair dizendo que viram aquilo que jamais presenciaram, aí é faltar com a verdade. Ela será processada por falso testemunho”, disse o advogado.

A Polícia Civil esclareceu, por meio de nota, que o caso já foi investigado e relatado em setembro de 2022, quando o policial virou réu por homicídio triplamente qualificado e houve a determinação de prisão preventiva. “A possível reabertura do inquérito só pode ser feita mediante determinação judicial.”

Campeão mundial de jiu-jítsu foi baleado na cabeça

Leandro Lo foi baleado na cabeça durante um show no Clube Sírio, em São Paulo, na madrugada de 7 de agosto de 2022.

De acordo com testemunhas, o lutador de jiu-jítsu estava com cinco amigos no clube, quando o policial, que também pratica artes marciais, se aproximou e começou a provocar o grupo, pegando as bebidas que estavam na mesa. Leandro reagiu e pediu que ele deixasse o local.

Segundo o advogado da família do lutador, Ivã Siqueira Júnior, durante a discussão, o lutador foi “peitado” pelo PM, por isso o imobilizou com técnicas de jiu-jítsu. Após se afastar, o policial sacou uma arma e atirou.

Ainda segundo o defensor, testemunhas relataram que o agressor teria chutado duas vezes a cabeça de Leandro, que já estava caído no chão, desacordado.

O atleta foi socorrido e levado ao Hospital Municipal Arthur Saboya, no Jabaquara, na zona sul de São Paulo, mas não resistiu e teve a morte cerebral declarada ainda na manhã de domingo (7).

Depois de atirar e matar o campeão mundial de jiu-jítsu, Velozo foi a uma boate, consumiu bebidas e saiu acompanhado de uma mulher, a qual ele levou a um motel da capital paulista.