Kaike Júnior Moreira da Silva vendeu pastéis para os filhos da suspeita; ao cobrar R$ 1 que estava faltando no pagamento, foi golpeado nas costas pela mulher
Um menino de 12 anos que vendia pastel e outros salgados de casa em casa na cidade de Rubim, no Vale do Jequitinhonha, foi assassinado a facadas por uma mulher de 39 anos. O motivo teria sido uma cobrança no valor de R$ 1, que a suspeita ficou devendo para o garoto. O crime ocorreu nessa quarta-feira (6).
De acordo com a Polícia Militar, Kaike Júnior Moreira da Silva vendeu pastéis para os filhos da suspeita e, na hora de conferir o valor pago, viu que faltava R$ 1. Ele, então, cobrou o dinheiro. Houve uma discussão entre a vítima e as crianças, mas como não conseguiu o dinheiro, o menino deu as costas e foi embora. Nesse momento, a mãe das crianças foi atrás do adolescente e deu uma facada nas costas dele.
Já ferido, o menino saiu pela rua pedindo ajuda e caiu na calçada. Ele foi levado por policiais e um morador da cidade para um Hospital São Vicente de Paulo em Rubim. No local, ele recebia os primeiros socorros e seria transferido para o Hospital Deraldo Guimarães em Almenara, na mesma região, mas ele não resistiu e morreu ainda em Rubim.
Após o crime, a suspeita se trancou dentro de um quarto da casa e deixou cinco facas do lado de fora, em uma janela. Uma das facas estava suja de sangue. Ela não queria sair da residência e os policiais precisaram ficar por horas negociando com a suspeita. De acordo com o boletim de ocorrência, foi necessário algemar a mulher já que ela parecia estar transtornada e demonstrava agressividade. A suspeita tentou unhar um dos policiais e resistiu a prisão, foram necessárias técnicas de controle de contato para conseguir detê-la.
A suspeita relatou aos policiais que a vítima teria agredido o filho dela por estar faltando R$ 1 de troco. Ela foi presa em flagrante e levada para a Delegacia de Polícia Civil de Almenara, na mesma região. O corpo do menino foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) de Almenara.
Crime chocou moradores da cidade
Na cidade de Rubim, que tem 10.226 habitantes, a morte do adolescente causou muita comoção. Uma comerciante que preferiu não se identificar disse que conhecia Kaike e que ele era um menino tranquilo que sempre vendia os salgados. “A cidade toda está abalada, todo mundo está falando sobre isso. Foi um crime muito chocante”, enfatizou.
Pelas redes sociais, conhecidos da vítima lamentaram o acontecimento. “Que notícia triste! Ele estava trabalhando para ajudar a família e acontece uma tragédia dessa!”.
Outro usuário escreveu: ” Desculpa Kaique pela miopia da sociedade que não enxergou que vc com apenas 12 anos de idade deveria estar protegido em seu lar ou sob a tutela do grande leviatã. Que sua partida prematura não seja em vão e que essa tragédia possa trazer uma reflexão pertinente para que outra família não passe por tamanha dor. Descanse em paz”.
O TEMPO