Rompimento da barragem que ficava no mesmo complexo onde operações foram retomadas também poluiu rios e destruiu vilarejos. Desde 2015, ninguém foi julgado, nenhuma casa foi entregue e recuperação ambiental não foi concluída.
As atividades da mineradora Samarco foram retomadas nesta sexta-feira (11) em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, cinco anos depois do rompimento da Barragem de Fundão.
Segundo a prefeitura da cidade, até mesmo a extração de minério de ferro foi retomada — o que a Samarco não confirma. A licença para retorno das operações foi concedida em outubro do ano passado.
Em 5 de novembro de 2015, a tragédia matou 19 pessoas, poluiu o Rio Doce e destruiu os vilarejos Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo e Gesteira. Desde então, ninguém foi julgado, nenhuma casa foi entregue aos atingidos e a recuperação ambiental ainda não foi concluída.
“A Samarco voltou a funcionar, mas não resolveu os problemas que elas criaram. Milhares de famílias que não foram nem reconhecidas e nem cadastradas como atingidas. Em Mariana, temos o problema do reassentamento que não tem nem previsão”, disse Letícia Oliveira, do Movimento dos Atingidos por Barragens.
O anúncio da retomada foi feito pelo prefeito da cidade, Duarte Júnior (Cidadania), em suas redes sociais, nesta sexta-feira (11).
“Recebi ontem, em meu gabinete, para uma reunião de trabalho, o presidente da Samarco, Rodrigo Alvarenga Vilela, e informo a todos vocês que a empresa retorna as suas atividades hoje. Não haverá cerimônia ou evento para marcar o momento, respeitando as normas e também todos os familiares e vítimas do rompimento da barragem”, disse ele.
Em seu comunicado, o prefeito disse que a volta das atividades da Samarco será “positiva” para a cidade:
“Nossa economia vem melhorando, dentro do possível, mas reconheço a importância da mineradora na geração de emprego neste momento e tenho a certeza que o reflexo deste retorno será positivo para milhares de famílias e, consequentemente, para toda cidade”.
G1 Minas