Mobilização para que servidores da educação sejam inclusos no grupo prioritário da vacinação contra o coronavírus foi uma das diretrizes acordadas
A retomada das aulas presenciais em João Monlevade e as medidas adotadas pelas escolas e pelo Poder Público para viabilizar esse retorno gradual foram alguns dos assuntos discutidos em reunião da manhã desta terça (9), no Plenário da Câmara de Vereadores. Pais de alunos, representantes de escolas e vereadores debateram sobre a questão. O encontro foi em atendimento ao grupo “Todos pela Educação João Monlevade”, formado por pais de alunos e apoiadores, que defendem a retomada do ensino presencial.
A reunião foi intermediada pelo vereador Gustavo Prandini (PTB). Também participaram do encontro o presidente, Gustavo Maciel (Podemos), e os edis Pastor Lieberth (DEM), Marquinho Dornelas (PDT), Leles Pontes (Republicanos), Dr. Presunto (PDT) e o líder do Governo, Belmar Diniz (PT). Revetrie Teixeira (MDB) e Andrea da Saúde (PTB) prestigiaram também compareceram ao Plenário. Fernando Linhares (DEM) foi representado por sua assessoria. Os demais vereadores justificaram ausência.
As duas representantes do movimento, Ana Cristina Bicalho e Vanessa Melo, apresentaram argumentos em defesa da reabertura das escolas. Ana Cristina, que é mãe, destacou as fortes críticas recebidas pelo grupo, a partir da organização de uma carreata, ocorrida no final de semana, em que pais e apoiadores pediam a reabertura das escolas. “Muitos falavam que era uma carreata só com carrões. Outros nos taxaram de egoístas, de doidas. Não é nada disso. O que a gente quer é agregar, é somar. É mostrar o quanto o ensino foi prejudicado, o quanto nossos filhos estão prejudicados e que é preciso discutir a reabertura das escolas também com a participação dos educadores, dos funcionários, de toda a comunidade escolar”, disse. Ana Cristina ainda citou como exemplo para a reabertura das escolas, a Prefeitura de Coronel Fabriciano que inclusive saiu do Programa Minas Consciente, do Governo do Estado, por não compactuar com algumas diretrizes doo programa. “Esperamos do Poder Público municipal esse olhar de preocupação para a Educação”, pediu Ana Cristina.
Vanessa Melo também abordou o apoio à reabertura das escolas. Ela apresentou números comparativos da pandemia do novo coronavírus em João Monlevade, relacionando-os à outras doenças e que não culminaram no fechamento de escolas. Além disso, ela enfatizou que o ensino à distância exige de pais e educadores uma estrutura que muitos não têm. “Isso sem contar o aumento do número de atendimentos junto ao Conselho Tutelar, reflexo da pandemia”, exemplificou Vanessa.
Escolas se manifestam
As representantes de escolas particulares de João Monlevade também se manifestaram. Há unanimidade no pedido de reabertura das escolas, bem como da inclusão de professores e outros funcionários do ambiente educacional no grupo prioritário para a vacinação contra o novo coronavírus. Segundo os representantes das escolas, os professores, em sua maioria, não se opõem em voltar às salas de aula, desde que estejam protegidos por meio da vacinação. Outro ponto questionado pelos representantes das instituições de ensino é o motivo de se oportunizar que outros segmentos se adequem às normas sanitárias e assim possam permanecer abertos, enquanto as escolas não tiveram o mesmo tratamento.
Vereadores se mobilizam
Cada vereador presente na reunião pôde se manifestar. Marquinho Dornelas reforçou seu pedido de esclarecimentos à Secretaria Municipal de Educação sobre as medidas adotadas pelo Poder Público para a reabertura das escolas. “Serviço essencial é aquele que coloca comida na mesa. Apoio a reabertura das escolas e é preciso esse empenho para com a qualidade do ensino e educação ofertados aos estudantes”, declarou ele. Leles Pontes, que também é professor, informou que iria oficiar o deputado estadual Tito Torres (PSDB), para que seja intermediado junto ao Governo do Estado a disponibilização de vacinas para a classe escolar.
Outro vereador que se manifestou foi Belmar Diniz. Ele disse apoiar o diálogo com as partes, mas que a Prefeitura está atenta à questão. Ele ainda sugeriu a inclusão do Hospital Margarida nas discussões, em especial pela casa de saúde ser o hospital referência da macrorregião de saúde. Pastor Lieberth também declarou apoio à reabertura das escolas, desde que respeitadas as medidas sanitárias e priorizado a imunização, a partir da vacina, de educadores e demais funcionários das escolas. Por fim, o presidente Gustavo Maciel colocou a Câmara de João Monlevade à disposição para discussões sobre o assunto. “Vejo este diálogo como o início da retomada das aulas presenciais, tendo a vacinação como prioridade”, enfatizou.
O vereador Gustavo Prandini, responsável pelo encontro, informou que todas as sugestões apontadas na reunião seriam disponibilizadas por ele à Prefeitura, incluindo a imunização de professores e demais profissionais da educação, além da discussão de protocolos sanitários para a retomada das aulas presenciais. “Esse é o papel da Câmara Municipal: ouvir sempre todos os lados e juntos construirmos medidas e diretrizes em prol do bem comum”, opinou ele.