A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), por meio da Assessoria de Planejamento Institucional (API), disponibilizou para as delegacias do estado o projeto Chame a Frida, que consiste no atendimento virtual direcionado a mulheres vítimas de violência. Implantado inicialmente pela Delegacia Regional de Manhuaçu, em abril de 2020, o projeto é mais uma opção no enfrentamento à violência contra a mulher.
A Frida é uma atendente virtual, que utiliza o aplicativo Whatsapp para atender de forma imediata às solicitações de mulheres vítimas de violência por meio de mensagens pré-programadas. Na prática, a mulher inicia uma conversa e, de forma automática, é feito o acolhimento e esclarecimento das principais dúvidas. Além disso, a atendente virtual pode fazer uma avaliação preliminar do risco, direcionar ou acionar a polícia, além de apresentar serviços disponíveis.
Por meio desse serviço, também é possível agendar horário para comparecimento a uma unidade policial, programar a realização do exame de corpo de delito, obter informações sobre a Lei Maria da Penha e sobre medidas necessárias em caso de violência, além de orientações sobre procedimentos legais e de proteção. Sempre que necessário, a mulher é direcionada para falar diretamente com um policial civil. É um serviço 24 horas, fácil, rápido e discreto.
Atendimento humanizado
O objetivo principal do projeto é facilitar a comunicação de mulheres em situação de violência com a PCMG, uma vez que, por diversas ocasiões, a vítima é obrigada a se dirigir até uma delegacia para solicitar ajuda, informações, e até mesmo para conseguir um documento. Muitas vítimas precisam ainda se deslocar de locais distantes, como zona rural, e devido à dificuldade de transporte, muitas mulheres deixam de comparecer à delegacia. Além disso, deve-se considerar a falta de recursos financeiros de algumas mulheres para o deslocamento, a necessidade de cuidar dos filhos pequenos, a exaustiva carga de trabalho em dupla jornada, entre outras dificuldades.
O Chame a Frida é um projeto desenvolvido em consonância com a diretriz institucional, descrita no Planejamento Estratégico da PCMG, que define “Aprimorar e ampliar o atendimento e a proteção ao Cidadão”, além de atender também ao programa do Governo Federal sobre a ampliação do acesso e o alcance das políticas de direitos, com foco no fortalecimento da família, por meio da melhoria da qualidade dos serviços de promoção e proteção da vida, desde a concepção, da mulher, da família e dos direitos humanos para todos.
Passo a passo
Para implantar o projeto Frida em uma unidade policial é necessário um aparelho celular com processador intermediário, aproximadamente 4GB de memória RAM e 64GB de armazenamento, itens que conferem ao smartphone um considerável desempenho durante o atendimento, bem como a capacidade correta para suportar o aplicativo, oferecendo melhor desempenho.
O smartphone deve ainda ser configurado com um chip corporativo da PCMG, que pode ser solicitado à Diretoria de Telecomunicações. Em seguida, é necessária a instalação do aplicativo Whatsapp versão Business e do bot do app. Depois basta configurar os comandos, que podem ser solicitados à Assessoria de Planejamento Institucional.
Premiação:
Com menos de um ano, o Frida já venceu a 5ª edição do prêmio “Inova Minas Gerais”, na categoria “Iniciativas Implementadas de Sucesso”, modalidade “Inovação em Políticas Públicas. O projeto foi indicado também ao prêmio nacional da revista Marie Claire, na categoria de Segurança e Justiça, cujo objetivo é reconhecer “aquelas que tentam mudar o cenário da violência que atinge meninas e mulheres no Brasil”.
Expansão e Projeto de lei
Além de Manhuaçu – (31) 99410-0807, atualmente o projeto já está em funcionamento nos municípios de Caratinga – (31) 97595-4443, na Zona da Mata, Ipatinga – (31) 3822-9421 e Coronel Fabriciano – (31) 3842-1439. Em agosto de 2020, foi protocolado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais o PL “Chame a Frida”, Projeto de Lei Nº 2.149/2020, de autoria do deputado estadual Marquinhos Lemos.